Viu que eu consigo!!!

26 de nov. de 2010

VII Semestre

Nesta etapa do curso as interdisciplinas foram voltadas a nossa prática e ao planejamento. Levaram-me a refletir questões importantes que fizeram agregar conceitos e posicionamentos a minha prática pedagógica com meus alunos e minha postura e atitude político-pedagógica em relação as escolas nas quais sou integrante do grupo docente. Refletimos sobre o sistema educacional que se reproduzem até os dias de hoje, como nas fábricas de automóveis dos anos cinquenta, o que foi estudado na interdisciplina de Didática e Planejamento.

Outra vez as proposições do curso PEAD incidiram nas mudanças de minha prática, pois são muitas as marcas das fábricas em nossas escolas. Pude observar que nas escolas ainda se perpetua uma maneira de mobilização das crianças com o acionamento de uma sirene igual ao sinal de entrada de trabalhadores em fábricas e empresas. As crianças ainda entram em sala de aula enfileiradas e nas salas de aula sentam em classes que mais parecem linhas de montagens de fábricas. Uma criança sentada atrás da outra sem relações objetivas que se possam trabalhar movimentações corporais diferenciadas entre os alunos e os educadores. Representa que o lugar de comunicabilidade dialogal da sala de aula ou da escola evita, exatamente, que se processe a relação de diálogos.

Com os estudos do PEAD já não é mais possível aceitar a educação bancária, tão falada por Paulo Freire. Já não consigo pensar e fazer aqueles trabalhinhos de artes em folhinhas mimeografadas em que todos pintam o mesmo desenho, produzindo em série, como na fábricas. Depois do PEAD meus trabalhos de artes são fundamentados em alguns artistas e são livres para releituras e criações dos alunos.

Neste ano já realizei trabalhos com os pintores Cândido Portinari e Iberê Camargo.

No sétimo semestre também foram importantes as considerações sobre LIBRAS, que eu entendia apenas como uma linguagem para surdos. Na interdisciplina de LIBRAS foi possível compreender que não se trada apenas de uma linguagem de sinais e sim de uma lingua que representa e afirma toda uma cultura que possibilita a integração da pessoa surda na sociedade.

Na interdisciplina EJA tornou-se interessante estudar e conhecer como é que se desenvolve o processo de aprendizagem nos adultos. A citação de Paulo Freire foi importante para a minha compreensão: "Na verdade, somente com muita paciência é possível tolerar, após as durezas de um dia de trabalho, ou de um dia sem "trabalho", lições que falam de ASA - 'Pedro viu a asa' - 'A asa é da ave'. Lições que falam de Evas e de uvas a homens que conhecem poucas Evas e nunca comeram uva. 'Eva viu a uva'. Pensávamos numa alfabetização que fosse em si um ato de criação capaz de desencadear outros atos criadores". (FREIRE, 1971).

Entendi que a preparação para trabalhar com a EJA exige a atitude de estar atenta às evidências dos diversos posicionamentos políticos que permeiam o fazer de uma aula. Os posicionamentos políticos dos adultos educandos e a posição do educador. A atitude de consciência política, até sobre saberes culturais do nosso povo e entendimentos objetivos sobre as mazelas da sociedade são ferramentas das quais a neutralidade (em relação a esses assuntos) de um professor pode gerar um trabalho que não tem efeito nenhum na formação educativa de um(a) aluno da EJA.


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