Viu que eu consigo!!!

12 de jun. de 2008

Experimento de Cantoria na Escola

Na busca de saber sobre as músicas de caráter folclórico do povo brasileiro, tenho me deparado com cantigas que realmente atraem a participação e interação das crianças com a proposta de saber sobre elas. Nesse momento começamos a fazer legítimos debates juntos. As comparações com o grau de incentivo de expressões e posturas desqualificadas direcionadas ao incentivo das atitudes dos jovens nas músicas de funk são o principal alvo. Então cantamos maracatu e outras músicas de brincadeiras infantis e logo, logo já entramos em assuntos ligados ao funk. Eles sabem muito sobre essas músicas que são praticamente pagas às rádios para ficarem tocando e fazendo "lavagem cerebral" nas pessoas. Vagarosamente dá para perceber que as músicas demandam o estado da criança. Representa que inicialmente não posso cantar músicas folclóricas mais calmas tipo canções de ninar. Tenho que cantar as que geram mais euforia, como "atireio o pau no gato", "escravos de jó", às quais têm uma brincadeira inserida. Depois sim aí podemos avançar para músicas que são mais ligadas a movimentos de afago e toque entre eles, tais como "café amarelo" da região de Minas Gerais, que é uma brincadeira (Mestre Seu Juquinha - Serra do Sipó MG). Finalmente podemos cantar músicas que são próximas ao afago que sinto que precisamos ter com as crianças tipo "se essa rua fosse minha", ou qualquer outra.
Já as músicas folclóricas ligadas a tradição afrobrasileira exigem um estudo maior para o trabalho com as crianças. Mas quando conseguimos é muito lindo, porque essa cultura exige a formação e movimentação de corpo em roda. Entretanto, o que precisamos é esclarecimento. Por exemplo: descobri uma dança e uma música que se chamam JONGO, que muitas comunidades ainda brincam em várias regiões do nosso país. Essas músicas e danças são muito antigas. Tanto quanto o Maracatu e são muito intrigantes, porque quando vamos ver seus significados, que aproximam questões da resistência do povo negro, africano, para manter viva a cultura de seu povo e também as alcunhas ocasionadas pelo sincretismo das religiões. Então encontramos crianças pequenas com preconceitos muito grandes em relação a arte do povo brasileiro. Mas ligado, esse preconceito, muito mais diretamente a maneira como a cultura de origem africana se perpetuou como patrimônio cultural do nosso povo brasileiro. Na prática jocosa da cantoria isso tudo desaparece e a gente, como educadora, fica feliz de estar aprendendo e dissipando "nós" de indiferença que certamente vão significar muito na convivência com as diferentes culturas de nosso povo para a criança que tem oportunidade de vivenciar uma cantoria em uma roda, principalmente, dentro da escola.


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