Viu que eu consigo!!!

6 de jun. de 2008

Minhas aprendizagens

Pensando a Identidade
Entendendo a cultura enquanto expressão de relações humanas emergindo em espaço e tempo determinados, percebe-se que ela pressupõe uma noção de tempo que permita uma compreensão efetiva de tais relações como matrizadas por um passado e enquanto matrizes de um futuro possível. A definição de uma identidade cultural sob tal perspectiva tem sido, portanto, um instrumento universal de aglutinação social através dos tempos.

No Brasil, ao início dos anos 40, tal movimento de aglutinação articulava-se em torno da oposição entre industrialização e “atraso” (pouco mais tarde rotulado subdesenvolvimento). Partiu daí um esforço incisivo – e então rotulado de “progressista” – de construção de uma identidade nacional, tendo como referência a nação em suas segmentações mais brandas, isto é, regionais, “raciais” ou étnicas. Da diversidade de uma formação social heterogênea, buscar os elementos definidores do “nacional” era a tarefa a cumprir. Remanesciam, portanto, atenuadas ou mesmo evitadas cisões tidas como perigosas notadamente aquelas por classes sociais. Nesse processo, foi expressiva a participação de intelectuais, particularmente na criação de canais adequados ao propósito acima enunciado.

Cerca de sessenta anos após, o “atraso” mostra-se imune aos sucessivos antídotos fabricados em recintos cada dia mais asséticos por seres que se pretendem a cada dia mais informados e “modernos”. Sob tal chancela, estigmatiza-se como “nacionalismo retrógrado” o cuidado com o patrimônio público (um tipo de identidade) – não apenas industrial, mas também cultural --, acumulado por processo histórico específico e ainda amplamente ignorado. Concomitantemente, repassa-se este mesmo patrimônio por vias discutíveis a interesses não menos obscuros.

Volta, assim, o “atraso” a bloquear o caminho, não mais de um “desenvolvimento”, mas de uma igualmente vaga “modernidade”. À dessemelhança da década de 40, no entanto, discutir a identidade cultural não aparece como meta prioritária ou sequer desejável. Insinua-se, contrariamente, uma veemente repulsa a definições e emissão de conceitos, além de um aparente conforto na invisibilidade social. Afinal, a quem (não) interessaria pensar identidade nos tempos de hoje?

Samuel Araújo


http://www.musica.ufrj.br/etnomusicologia/index.php?option=com_content&task=view&id=53&Itemid=33

Identidade e cultura são conceitos que devem estar juntos e bem definidos pra os educadores, pois, temos a responsabilidade de auxiliar no processo de formação de cidadãos críticos em relação aos valores de uma humanidade ética e ao mesmo tempo íntegra.
A música é um grande instrumento de formação em massa de nossos cidadãos na atual sociedade.

O que nossos alunos ouvem nas rádios?
A música educa, incentiva, atrai, faz balançar, transmite mensagens.
Meus alunos estão ouvindo funk.
Com a pesquisa sobre música folclórica tenho um grande desafio com meus alunos: o de estabelecer comparações entre a beleza das músicas do folclóre afro-brasileiro e o funk ( ritmo que a maioria deles escuta). Então não perco a oportunidade de relacionar uma música à outra para que possamos colocar em pauta o nosso questionamento sobre a maneira como as novas gerações assumem suas noções de valores estéticos: beleza musical, historicidade de cada música, contextualizações e espaço de apreciação e vivência de movimentações corporais que cada música gera no coletivo que se educa em aula. Não podemos ter o pudor de buscar imagens na web que nos dão noção da jocosidade de uma atividade artística de enraizamento folclórico, seja de um CTG ou de uma roda de Jongo, ou de samba. Peço para meus alunos que dancem e cantem alguns Funks, que não tenham letras apelativas à obscenidades e depois tento os fazer ver como ocorria as danças dos povos, nosso ancestrais. A partir disso nos entendemos. Não temos obrigação, como educadores, de convencer os alunos a não viverem a cultura de seu tempo, mas temos o dever de disponibilizar a oportunidade do saber da existência e de experimentarem vivências e trejeitos da cultura brasileira que resiste culturalmente, através do tempo, a todo um processo de mudança na relação público, povo, versus criação, produção e apreciação cultural, inserido pela indústria de entretenimento e seu conceito gerador de apreciadores (consumidores) passivos.






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