Viu que eu consigo!!!

24 de out. de 2006


Minar sim, doMinar não

Após a leitura do texto de Max Weber, que define três tipos puros de dominação, podemos entender eles dessa maneira:

Dominação Legal – aquela que obedece a regras estatutárias; perpetua-se no cenário administrativo com funcionários nomeados; nela se obedece não a um chefe, mas a regras estatutárias. Exemplo: contratos empresariais de trabalho; nós, professores concursados, trabalhamos em um regime estatutário.

Dominação Tradicional – ocorre em virtude da crença, santidade das ordenações e em virtude de poderes senhoriais. Quem ordena normalmente é considerado o “senhor” e quem obedece são os “súditos”. Perpetua-se em uma estrutura patriarcal de gestão. Manifesta completa dependência dos súditos com o senhor. Ex: sistema feudal de dominação, o sultanato e dominações das igrejas (crenças). A dominação tradicional caracteriza-se por ser a mais pura forma de dominação. O mais antigo exemplo em nosso país é aquele que se refere ao nosso processo de colonização, quando então os jesuítas catequizaram os índios.

Dominação Carismática – ocorre em virtude da devoção ao senhor e aos seus dotes sobrenaturais. Perpetua-se por uma atração, quase que hipnótica, por aquilo que o discípulos, militantes ou apóstolo e outros termos mais, chamam de profetas, heróis guerreiros ou demagogos. Quem manda geralmente se consagra líder. Sua hegemonia consiste na duração de seus dogmas, seu carisma ou seus poderes sobrenaturais. Alguns políticos demagogos conseguem seu carisma com a realização de pequenos favores ao povo, o que consolida uma cultura de relações assistencialistas, as quais impedem os “favorecidos” de perceberem os trâmites de grandes interesses que são disputados nos gabinetes de construções de leis do seu país.
A doação de cestas básicas, ou de cadeiras de roda, muitas vezes esconde um político que vota contra os grandes interesses da maioria da população, que garantiriam um futuro mais digno, até para as gerações vindouras da população que deles depende. Por exemplo: agora a pouco, no Brasil, foi decidido o sistema de difusão da TV digital em nosso país, mas o que mais se fala é a discussão sobre o bolsa escola, da gestão atual.
Nós, educadores, sabemos por acaso, quais os efeitos de utilizarmos o sistema japonês de tv digital em vez daquele que estava sendo produzido por nossas universidades nacionais? Que tipo de dominação é essa que se perpetua pela demagogia de inserir processos de consumo de novas tecnologias como um “hábito cultural” de nosso povo? Será que um sistema produzido por nós mesmos não possibilitaria um maior acesso e compreensão, às benesses do novo sistema de tv, muito mais amplo e com maior facilidade de assimilação (assessoria técnica e manutenção), por parte de nosso povo. O que reside no ato de nossos governantes sempre optarem por produtos estrangeiros, ao invés de apostar na capacidade de produção, criação e gerenciamento realizados por brasileiros, ou feitos no Brasil?
Esse último tipo de dominação, evidenciado por Weber, é aquele que vivenciamos dentro do processo de consolidação das autoridades ícones da história dos governantes de nosso país. A grande maioria de nossos políticos, ao longo de nossa história de república, foi de lideres (militares ou não) carismáticos. Demagogos levados ao topo do poder por suas magias populistas, recheadas de assistencialismo, que até hoje seguem dominando e iludindo o povo, com políticas de “maquiagem” desenvolvimentistas, que se propagam pela distribuição de cestos básicos. Ao invés de apresentarem propostas que construam bases sólidas de sentimentos de nação independente, sustentam suas hegemonias no poder, com ações de clientelismo e favorecimento, que fogem cada vez mais, dos processos de geração de autonomia e sustentabilidade que advenham das culturas locais, das diversas raças e comunidades e dos cidadãos de nosso país.

2 Comentários:

Às 4:09 PM , Blogger Jurema disse...

Andréia primero vou dizer o quanto estou feliz em partilhar com você no Pólo as novas descobertas,as brincadeiras,os risos de nossas Falhas cometidas.
Adorei a frase "minar sim/dominar não",dominar significa manter preso alguém por suas idéias,suas ideologias politicas e sociais e isso não é dar liberdade ao outro,minar sempre com idéias renovadas fazendo do outro um ser social.

 
Às 5:17 PM , Blogger Maria Inês disse...

Andréia!
Assim como a Ju falou, eu também gostei do termo. Espero que realmente haja liberdade em nossas vidas. Percebo que somente através das reflexões podemos nos encaminhar para isto.

 

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